Caros colegas jornalistas empregados em empresas de rádio e televisão do Ceará,
É com grande preocupação e indignação que me dirijo a vocês neste momento crucial para nossa categoria. Como presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), é meu dever informar sobre os desdobramentos da atual campanha salarial e convocá-los para uma ação coletiva.
Desde o início das negociações, temos batalhado incansavelmente por condições dignas de trabalho e justa remuneração. Como vocês sabem, nossa data-base é em primeiro de janeiro de 2024, e nossas reivindicações são mais do que justas. Inicialmente, solicitamos um reajuste de pouco mais de 11%, visando cobrir a inflação acumulada, que atingiu 3,71%, e recuperar as perdas salariais dos últimos anos, que tanto sacrificaram nossa classe.
No entanto, as empresas rejeitaram todas as nossas propostas sociais e ofereceram um reajuste irrisório de apenas 4%, com um ganho real insignificante de 0,29%. É inaceitável que, diante de nossos esforços e necessidades legítimas, sejamos tratados com tamanho desdém e desrespeito.
Em assembleia realizada em 20 de fevereiro, rejeitamos por unanimidade a proposta das empresas e apresentamos uma contraproposta de 5%, que consideramos justa e equilibrada. Desde então, o Sindjorce tem se empenhado em buscar uma solução negociada, mas as empresas têm demonstrado uma postura de total intransigência e desinteresse pelo diálogo construtivo.
Após 38 dias de espera, as empresas finalmente responderam hoje, 28 de março, com uma atitude ainda mais desrespeitosa: ameaçaram implantar unilateralmente o reajuste de 4%, ignorando completamente nossa negociação e nossa voz como categoria. Esta atitude arrogante e inflexível das empresas, como o Sistema Verdes Mares, Grupo Cidade de Comunicação, Sistema Jangadeiro, Grupo O Povo de Comunicação, Band Ceará, entre outros, é intolerável e não pode ser tolerada.
Diante da nova proposta dos trabalhadores, de 5%, o que separa jornalistas e empresas de rádio e TV de um acordo é apenas R$ 31,90. Essa quantia representa a diferença entre o piso ser ajustado em 4%, de acordo com a vontade dos patrões, ou crescer conforme o percentual solicitado pelos funcionários.
É inadmissível que essas empresas, que lucram exorbitantemente com projetos de mídia como carnaval, reality shows e publicidade governamental pré-eleitoral, tratem os profissionais que sustentam suas operações com tamanho descaso e falta de consideração.
Chega! Chega de sermos tratados com desrespeito e desprezo. É hora de nos unirmos e defendermos nossos direitos com firmeza. Convoco a todos para uma assembleia extraordinária no dia 1º de abril, às 18h, em nossa sede no Sindjorce. Nessa assembleia, discutiremos e deliberaremos sobre um indicativo de greve, com imediato estado de greve. Se nossos empregos não estão garantidos, então é hora de mostrarmos nossa força e determinação através de uma greve unida e solidária.
A chantagem e a intransigência das empresas não podem prevalecer sobre a nossa união e coletividade. Juntos, somos mais fortes e podemos conquistar as condições dignas e justas que merecemos. Conto com a participação e o apoio de todos vocês nessa luta.
Atenciosamente,
Rafael Mesquita
Presidente do Sindjorce