Jornalistas do Ceará recorrem ao MPT-CE diante de reajuste de apenas 4% em Rádio e TV

Sindjorce também solicitará balancetes após empregadores interromperem negociações e imporem aumento unilateral

Na última segunda-feira, 1º de abril, a Assembleia do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) reuniu jornalistas empregados em emissoras de rádio e televisão do estado para debater os rumos das negociações da campanha salarial de 2024. A indignação da categoria foi evidente após o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado do Ceará (Sindatel) manter uma proposta de reajuste salarial de apenas 4%.

Os trabalhores expressaram frustração com a demora de 38 dias por parte dos empregadores em responder à contraproposta laboral de 5%, que representaria um acréscimo de apenas R$ 31,90, tendo um impacto mínimo nas condições financeiras dos profissionais.

A postura das principais emissoras de rádio e TV do estado, incluindo representantes do Sistema Verdes Mares, Grupo Cidade de Comunicação, Sistema TV Jangadeiro, Band TV Ceará, Rede TV Ceará e Grupo O Povo de Comunicação, foi duramente criticada. Esses conglomerados, que representam os maiores CNPJs do setor de radiodifusão, recusaram-se a participar de negociações com o presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita. Pior ainda, por teleconferência, o sindicato patronal informou que esses grupos optaram por não negociar nem fechar acordo para a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), decidindo unilateralmente implementar o reajuste de 4%, sem definir data de concessão do benefício ou forma de pagamento retroativo a partir de 1º de janeiro.

Em resposta a essa situação, os jornalistas aprovaram uma série de encaminhamentos durante a assembleia:

  • Pedido de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE), solicitando não apenas a retomada das negociações, mas também a apresentação de balancetes e comprovações financeiras das empresas para justificar a impossibilidade de conceder o modesto reajuste salarial de 5%. Além disso, será solicitada a convocação dos representantes e diretores das empresas de radiodifusão para esclarecimentos.
  • O Sindjorce também planeja divulgar nas redes sociais os valores negociados em projetos e propagandas pelos CNPJs dos veículos de comunicação e suas fundações vinculadas, especialmente aqueles provenientes do poder público municipal de Fortaleza e do Estado do Ceará, a fim de expor os investimentos em publicidade durante anos eleitorais.
  • Carros de som circularão nas proximidades das emissoras com mensagens denunciando a negligência das empresas para com seus trabalhadores e a imposição de um reajuste salarial aquém do necessário.
  • Estão previstas ainda assembleias por local de trabalho, onde os funcionários de cada grande empresa do setor votarão sobre a possível instauração do estado de greve.
  • E como parte das ações iniciais, será publicada uma nota de protesto assinada por toda a categoria, a ser lida nos principais órgãos legislativos do país, incluindo o Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa do Ceará e a Câmara Municipal de Fortaleza. Parlamentares, em resposta ao pedido do Sindjorce, serão instados a cobrar publicamente das empresas o reajuste de 5% e o fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

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