Empresas de Rádio e TV propõem reajuste de 4%; Sindjorce reivindica índice superior e revisão de outras cláusulas

Na manhã desta quarta-feira, 24 de janeiro, teve início a negociação para a construção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2024 dos jornalistas empregados em empresas de rádio e televisão do Ceará. O primeiro encontro, realizado na sede da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACERT), focou nas propostas apresentadas pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) em 4 de dezembro do ano passado.

O presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita, liderou a exposição das demandas da categoria, destacando um reajuste salarial de 11,53% para a data-base de 1º de janeiro. A proposta inclui a inflação acumulada de 3,71%, a perda inflacionária de 5,66% em 2022 e um ganho real de 2%. Além disso, ajustes em diversas cláusulas foram sugeridos para refletir as atuais necessidades da categoria.

Rafael Mesquita abordou propostas como equiparação salarial entre gêneros, extensão da licença maternidade para 180 dias, licença paternidade de 20 dias, reserva de vagas para pessoas negras, auxílio alimentação de R$ 25, regulamentação do direito à prorrogação de jornada, adicional por uso de equipamentos, disciplinamento do estágio em jornalismo, criação do auxílio educação, adicional por acúmulo de função, estímulo à carreira por meio de adicional de tempo de serviço, compensação dos custos do teletrabalho, entre outros.

A resposta da bancada patronal, liderada por Marcos Tardin, do Sindatel-CE, contrapôs alegando dificuldades financeiras e oferecendo um reajuste salarial de apenas 4%, representando um ganho real de somente 0,28%.

Para as demais cláusulas, foram propostos, pelos prepostos patronais, ajustes na redação dos dispositivos que tratam do auxílio refeição, licenças maternidade e paternidade, equiparação salarial entre homens e mulheres, reserva de vagas para pessoas negras, entre outras. Algumas medidas foram rejeitas e podem vir a ser discutidas em outros formatos. Já a proposta de auxílio educação foi parcialmente acolhida, assim como foi encaminhado que o Sindjorce e o Sindatel, por meio de suas assessorias, trabalharão no entendimento de redações consensuais para algumas medidas.

Ao fim de mais de quase duas horas de debate, o presidente do Sindjorce voltou a provocar a revisão do percentual de reajuste proposto pelos patrões e destacou que a inflação em declínio pode ser uma oportunidade para devolver o poder de compra dos trabalhadores, prejudicado no contexto pré e pós pandemia de Covid-19.

A solicitação do Sindjorce de rediscussão da proposta financeira, por parte dos empregadores, assim como a revisão da cláusulas citadas acima, demandaram a continuidade dos debates. Sendo assim, foi acordado que uma próxima rodada de debates será agendada para acontecer em até uma semana.

“Com o objetivo de avançar no diálogo, planejamos realizar uma nova reunião, na qual esperamos a atualização das propostas de ambas as partes. A intenção é alcançar um acordo mais próximo das necessidades urgentes dos trabalhadores. Mantemos a confiança no papel fundamental da negociação coletiva e aguardamos uma resposta mais positiva por parte dos nossos empregadores”, concluiu Rafael Mesquita.

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