Trabalhadoras e trabalhadores cearenses voltam às ruas, nesse 1º de maio de 2018, em ato unificado das principais centrais sindicais que atuam no estado, e das Frentes Brasil Popular Ceará e Povo Sem Medo, às 15 horas, no Centro Poliesportivo da Parangaba, em Fortaleza. A atividade do Dia Internacional do/a Trabalhador/a tem como pautas a revogação das medidas conservadoras do Governo Temer, a defesa da Soberania Nacional, contra o fascismo e pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estamos atravessando, há pouco mais de dois anos, um processo de golpe de estado – amparado por forças jurídicas e midiáticas – que vem estraçalhando diretos conquistados pela classe trabalhadora. São direitos que levaram décadas para entrarem em vigor, à custa de um longo e árduo processo de luta política e social”, afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE), Wil Pereira.
MP da “reforma” trabalhista caducou
A Medida Provisória (MP) 808, que alterava itens da Lei 13.467, da “reforma” trabalhista, perdeu validade no dia 23 de abril, por absoluto desinteresse da Câmara dos Deputados e nenhum empenho do governo, apesar de promessa feita durante a tramitação do projeto, aprovado em 2017. Com isso, fica valendo a lei na íntegra, inclusive com pontos criticados por governistas, como o trabalho intermitente sem amarras, a possibilidade de mulheres e gestantes atuarem em locais insalubres e a jornada 12×36 apenas por acordo individual.
O Brasil possui mais de 13 milhões de desempregados. “São jovens, pais e mães de família, que até pouco tempo atrás consumiam e tinham salários reajustados acima da inflação. Com a “reforma” trabalhista, uma parcela significativa daqueles que estão empregados já começou a sentir os reflexos da precarização do trabalho ou está sendo forçada a aceitar as novas regras que retiram direitos”, explica Dóris Soares, da Frente Povo Sem Medo.
“A reforma trabalhista do governo golpista e ilegítimo de Michel Temer, além de retirar direitos históricos das trabalhadoras e trabalhadores, ampliar a informalidade e as condições precárias de trabalho, tem diversos dispositivos que violam a dignidade da pessoa humana”, afirma Joyce Ramos, da Frente Brasil Popular – Ceará. O acúmulo de retrocessos promovidos neste Governo contribui para aumentar a desigualdade ao excluir, jogar na pobreza e na miséria milhões de brasileiros. “Neste sentido, o 1º de Maio representa a resistência popular e uma resposta da sociedade ao cenário político brasileiro”, conclui Joyce.
Fenaj orienta jornalistas a participarem dos atos
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) orienta seus Sindicatos Filiados a participar das mobilizações unitárias que estão sendo construídas pelas centrais sindicais e pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Em carta circular, a presidenta da FENAJ, Maria José Braga, reforça que as mobilizações vão lembrar que, em 2018, o Brasil comemora 75 anos da CLT e 30 anos da Constituição Federal de 1988, conquistas da classe trabalhadora que vêm sendo constantemente atacadas desde o golpe de 2016.
“Portanto, os trabalhadores e trabalhadoras jornalistas devem se unir ao conjunto da classe trabalhadora para protestar contra o desmonte da CLT, a quebra da institucionalidade democrática e o avanço do Estado de Exceção, que expressa-se simbólica e materialmente na condenação sem provas do ex-presidente Lula e na sua prisão em condições excepcionais”, afirma Maria José Braga.
SERVIÇO:
Ato 1º de Maio em Fortaleza
Concentração às 15 horas no Centro Poliesportivo da Parangaba
Avenida General Osório de Paiva, S/N
Quando: 1º de maio de 2018 (terça-feira)