Orlando Silva diz que movimentos não podem jogar a toalha na batalha contra o golpe

Edinho SilvaPor Rafael Mesquita | Comunicadores pela Democracia

O deputado federal paulista Orlando Silva (PCdoB) participou na tarde de hoje (21/04) das discussões sobre a conjuntura brasileira na abertura da 19ª Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). A atividade acontece no Espaço Anhanguera Eventos, em São Paulo.

O parlamentar falou sobre a crise política e repudiou o golpe travestido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Orlando avalia que o campo progressista do país, organizado em frentes e coletivos que atuam contra o golpe parlamentar, não pode considerar “o jogo como já jogado e nem jogar a toalha”. Segundo ele, mesmo com a derrota da Câmara e ainda que bastante difícil, o processo impeachment correrá de forma diferente no Senado.

Para confirmar a sua tese, o representante de São Paulo no Congresso afirma que o perfil de Renan Calheiros, presidente do Senado, diferentemente de Eduardo Cunha, tem sido de diálogo com a presidente. “Renan, no dia seguinte ao golpe da Câmara, sentou com a presidente Dilma e também jantou com a bancada do PT esta semana”.

Ao mesmo tempo em que é realizada a pressão política no Senado, os brasileiros precisam continuar nas ruas. Silva explica que a melhor maneira de barrar o golpe é desmascarar os atores envolvidos, como as grandes corporações, a velha mídia e a direita brasileira, que conjuram para derrubar Dilma.

Ponte para o retrocesso

Sendo assim, para impedir o sucesso do golpe, é preciso denunciar a ilegalidade do processo, descontruir a tese de que pedalada fiscal é crime e mostrar que o impeachment significa a chegada ao poder de Eduardo Cunha e Michel Temer pelo tapetão, segundo o deputado.

“Se o golpe passar, virá a perseguição ao movimento social e sindical, com CPIs contra sindicatos e a UNE, por exemplo. Virão ataques aos trabalhadores e um aprofundamento da política conservadora, com uma reforma eleitoral que vai aumentar o poder do capital sobre a política”, explica

Orlando classificou que o golpe é antes de tudo contra os trabalhadores, com a chegada à presidência do projeto “Uma ponte para o futuro”, também chamado “Plano Temer”, que mais parece uma “ponte para o retrocesso”, na avaliação do político.

“Precisamos entender a dimensão história da mudança”, diz. Orlando esclarece que o plano do PMDB é permitir que as Convenções Coletivas prevaleçam sobre as normas legais, deixando os trabalhadores sem a garantia do mínimo assegurado pela legislação de sustento, por conta “das forças do mercado”. O deputado aponta que o projeto colide com o texto constitucional que não autoriza flexibilizações da legislação protetiva do trabalho.

No “plano” está explícita a disposição de eliminar a política de valorização do salário mínimo, iniciada em 2003 e formalizada por lei a partir de 2007. O comunista também manifestou preocupação com retrocessos nas políticas sociais, como os programas de financiamento estudantil, o Mais Médicos, o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família. “Temos capacidade politica de combater isso, pois nós temos as conquistas sociais dos últimos 13 anos ao nosso lado”, destaca.

Orlando concluiu sua participação convocando os trabalhadores a se unirem aos atos unificados do 1º de maio, que estão sendo convocados em todo o país pelas Centras Sindicais e pela Frente Brasil Popular. “Será o grande ato unificado deste período que irá mostrar a nossa resistência ao golpe”, finaliza.

Foto: Lidyane Ponciano

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