Rádio e TV: empresas dificultam negociação e mantêm proposta de reajuste de 3,5% e abono

Nesta terça-feira, 30 de agosto, foi realizada mais uma mesa de negociação da Campanha Salarial 2022 dos Jornalistas de Rádio e TV do Ceará. No encontro, o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Ceará (Sindatel), contrariando as expectativas laborais, manteve mais uma vez a proposta de apenas 3,5% de reajuste salarial, retroativo a primeiro de janeiro deste ano, e  abono salarial de R$ 800,00 (oitocentos reais) para trabalhadores na região metropolitana e de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais) para o interior do estado.

A proposta de reposição segue abaixo da inflação da data-base, que foi de 10,16%. Os representantes patronais reforçaram, mais uma vez, que, para “compensar” o baixo índice e a ausência de uma data para a elevação salarial, estavam sendo ofertados os citados abonos.

Nas últimas conversas com representantes de empresas, a direção do Sindjorce vinha defendendo um escalonamento do percentual de 10,16%, onde a primeira parcela do reajuste, de 3,5%, poderia ser aplicada em janeiro de 2022, a segunda, de 3,5% em agosto, e a última em dezembro, de 3%, todas sem efeito retroativo. Já para abono, a representação laboral propôs R$ 1200,00 (mil e duzentos reais) para quem ganha o piso e de R$ 900,00 (novecentos reais) para quem ganha acima do piso, atendendo, em ambos os casos, os jornalistas que trabalham em qualquer região do Estado.

A sócia-diretora da rádio Tempo FM e presidente do Sindatel Carmen Lúcia Dummar Azulai, continua alegando que as empresas do setor estariam num momento difícil e precisam manter se manter funcionando, enquanto o sindicato profissional lembrou que, em 2020 e 2021, com a MP 936, reduziu os salários dos jornalistas.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce), Rafael Mesquita, o sacrifício dos trabalhadores já se deu, agora, cabe às empresas, compensar os seus profissionais pelo excelente trabalho que nunca deixaram de desempenhar, mesmo em condições trabalhistas adversas.

Diante de mais um impasse, a comissão de negociação do Sindjorce, que também conta com a participação dos dirigentes Germana McGregor, Tarcísio Aquino e Lima Júnior, avaliou que é preciso novamente mobilizar a categoria e pressionar a entidade patronal.

“Faremos uma nova rodada de diálogo com os jornalistas do segmento de rádio e TV, começando por uma consulta pública sobre as propostas em mesa. Vamos, após isso, deliberar os próximos passos da luta. Tirando por hoje, a nossa disposição é de intensificar a batalha por um reajuste digno, intensificar a pressão”, avalia Rafael Mesquita.

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