Sindjorce e Fenaj solidarizam-se com Antônio Vicelmo e repudiam desmonte da Rádio Educadora do Cariri

Foto: Divulgação

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público solidarizar-se com o jornalista e radialista Antônio Vicelmo, desligado unilateralmente da Rádio Educadora do Cariri (102,1 FM), na antevéspera de Natal, após 57 anos dedicados à divulgação da informação de interesse público na emissora católica.

Um dos ícones do radiojornalismo na região do Cariri, o “Homem da Notícia”, como Vicelmo é conhecido no Crato, foi informado pela nova direção da rádio, que a partir de 2023, se quisesse permanecer na emissora, trabalharia como “voluntário”, pois a rádio terá uma nova programação voltada para a área religiosa.

Segundo informações repassadas ao Sindicato, Vicelmo atuava na rádio, há pouco mais de uma década, em sistema de parceria, ficando com 50% do faturamento do seu programa e doando os outros 50% para a emissora.

Antônio Vicelmo iniciou sua carreira na Rádio Araripe do Crato, passou pela Rádio Verdes Mares, mas foi na Educadora do Crato, que se tornou um dos ícones da comunicação do interior do Estado. Foi diretor e correspondente do Sistema Verdes Mares no Cariri por 40 anos.

Oficialmente, a emissora ainda não se manifestou sobre a saída de Antônio Vicelmo e nem os rumos que a Comunidade Boa Nova, suposta atual administradora da rádio, tomará a partir de 2023. Na casa, o sentimento dos profissionais é de que haverá demissão em massa, principalmente na área jornalística.

Para o Sindjorce e a FENAJ, além da falta de respeito com um jornalista que é sinônimo de profissionalismo e dedicação, a nova direção da emissora atenta contra o direito da população local de ser informada. Isso porque uma das primeiras mudanças anunciadas, conforme profissionais ouvidos, é a diminuição ou a eliminação do conteúdo jornalístico e educativo, que dará lugar à pregação religiosa.

Apesar de ser uma empresa mantida pela Diocese do Crato, a Educadora, até esse momento, era exemplo de qualidade de programação, ao dar preferência às finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; um preceito que deve ser seguido à risca por uma concessão pública de radiodifusão, tendo em vista atender ao que diz a Constituição Federal.

Ao mesmo tempo em que mostram preocupação com o possível desmonte da Rádio Educadora do Crato, as entidades informam que irão interpelar oficialmente a empresa e colocam a assessoria jurídica a serviço dos trabalhadores.


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