Praça da Imprensa será palco de ato do Dia Nacional de Luta Contra o Golpismo Midiático

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a Frente Brasil Popular (FBP) promovem o Dia Nacional de Luta contra o Golpismo Midiático, neste 5 de maio, com atos e manifestações em todo o país. Em Fortaleza, será construída uma verdadeira ocupação da Praça da Imprensa, com a realização da Feira de Comunicação pela Democracia, de 9h às 19h.

Para os organizadores do ato, está mais do que evidente a participação dos meios de comunicação do Brasil na construção e defesa do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Com um sistema de mídia concentrado em poucos grupos econômicos, a cobertura da crise política e dos casos de corrupção tem sido seletiva e desequilibrada. De um lado, o foco quase exclusivo na desmoralização do PT e do governo; de outro, os casos de corrupção envolvendo os adversários políticos do governo são praticamente ignorados ou, quando muito, tratados com superficialidade.

O principal efeito disso pode ser visto nas manifestações pró-impeachment, estimuladas de forma ostensiva pela imprensa ao longo do último ano. Além disso os protestos contrários ao impeachment, que é classificado pela imprensa internacional e por diversos analistas como um golpe contra a democracia, foram praticamente invisibilizados e deslegitimados pela mídia.

Programação

Pela manhã, serão abertas as exposições “A Luta Contra o Golpe no Ceará”, com seleção de imagens da cobertura fotográfica realizada por Allan Taissuke, Joyce Vidal, Txai Mendes e Costa, Anderson Pontes, Marcos Adegas, Gecíola Fonseca, João Kélvin Cavalcante, Luiz Alves, Evilázio Bezerra e David Motta dos atos de 18 de março a 1 de maio, e a “Globo Golpista”, que vai trazer em imagens e textos momentos da história brasileira em que a TV Globo agiu mais como partido político do que como concessão pública de radiodifusão, a exemplo da divulgação fraudulenta de pesquisas eleitorais e do favorecimento de candidatos em debates de presidenciáveis.

No período da tarde, a parir das 14 horas, acontecerão apresentações e intervenções propostas por movimentos sociais do campo e da cidade, que marcarão presença na Feira. Será realizada oficina de agitação e propaganda, com produção de cartazes, vídeos e memes para a internet e, a partir das 16 horas, teremos intervenções artísticas, com destaque para a participação de She Loves e Daniel Peixoto.

E, por fim, a noite, a programação é encerrada com um cinedebate em torno do documentário inglês “Além do Cidadão Kane”. Será exibida uma versão compacta do filme, para permitir que convidados possam discutir com o público presente a história de dominação da política e da sociedade brasileira pela mídia burguesa e familiar.

Monopólio é golpe porque:

Mídia monopolizada e o apio a Ditadura Militar. Imagem: Reprodução Internet

1- Não reflete nossa diversidade

No Brasil, apenas seis famílias controlam mais de 80% do setor de mídia. Isso faz com que diferentes visões de sociedade não se reflitam na programação das emissoras, prevalecendo um discurso único, o que viola o direito à comunicação e a liberdade de expressão do conjunto da população brasileira. Não é à toa que países com democracias consolidadas, como EUA, França, Inglaterra e Alemanha possuem mecanismos de regulação para impedir a formação de monopólios na comunicação e garantir pluralidade de vozes na mídia. O domínio da esfera pública midiática por uma única empresa, como no caso da Rede Globo, é destrutivo para qualquer ambiente democrático.

2- Desrespeita o interesse público

A mídia no Brasil é tratada como atividade privada com finalidade comercial, em que o interesse público fica em segundo lugar. Outro aspecto é a apropriação de emissoras de rádio e televisão por políticos com mandato eleitoral, uma prática que, além de ser inconstitucional, causa graves danos à nossa democracia, pois permite a perversa combinação entre poder político e controle da informação. Diferente de outros países, o sistema de emissoras públicas e comunitárias do Brasil sofre pela falta de investimentos, perseguição e sucateamento, inviabilizando a garantia de diversidade de conteúdo e de fontes de informação.

3- Deforma a opinião pública

A televisão e o rádio ainda são os meios de comunicação mais acessíveis ao conjunto da população brasileira e, por serem controlados por um verdadeiro monopólio, acabam contribuindo para a formação de uma opinião pública enviesada e parcial, o que influencia de maneira significativa os rumos do país, com impactos para todos, como ocorre agora no processo de impeachment.

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