Na última segunda-feira, 03 de outubro, o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Ceará (Sindatel) apresentou “nova” proposição de reajuste salarial para os jornalistas trabalhadores de rádio e TV. A contra-proposta patronal é ainda pior e avaliada como uma retaliação, já que mais de 90% da categoria rejeitou o aumento de apenas 3,5%.
Agora, o mesmo percentual, visto como rebaixado, é ofertado, mas sem efeito retroativo a janeiro de 2022. Ou seja, as emissoras de rádio e TV anularam as diferenças salariais de quase 11 meses sem reajuste.
Para piorar, o Sindatel diz que a reposição salarial só terá validade a partir do mês de fechamento da Convenção Coletiva de Trabalho. Um ato que mais parece uma chantagem, que obrigaria profissionais a aceitarem qualquer coisa em um curto espaço de tempo.
A única diferença da atual proposição, é que o abono salarial salarial, antes de R$ 800,00 para trabalhadores de Fortaleza e de R$ 550,00 para o interior do Estado, passa a ser geral e fixado em R$ 1,2 mil.
O setor patronal ignorou completamente a última indicação do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), que propunha reajuste salarial de 10,16%, aplicado em duas parcelas, sendo a primeira de 5,08%, em agosto/2022, e a segunda, também de 5,08%, em novembro/2022, para completar os 10,16%. Os percentuais não teriam efeito retroativo a janeiro de 2022, uma concessão dos trabalhadores para que houvesse o crescimento de percentual.
Diante da realidade colocada, o Sindicato dos Jornalistas convocou um dia de luto em todo Ceará, quando os jornalistas são convocados a vestir preto e mostrar a indignação da categoria. A entidade orienta que sejam feitas postagens nas redes sociais marcando o dia de mobilização. Além disso, foi chamada assembleia geral para sexta-feira, às 18h, na sede da entidade, quando a categoria delibera sobre um calendário de lutas pelo reajuste, que pode vir a aprovar paralisações pontuais e estado de greve.
“Chegamos a um impasse, depois de um grande esforço de diálogo dos jornalistas liderado pelo Sindjorce. Todo o debate acumulado e tentativa de avanço foi jogado na latrina pelo Sindatel e as empresas a ele associadas. A única saída é a nossa revolta e indignação. Vamos pressionar, dentro de fora dos locais de trabalho. Desde já, convoco a categoria a avaliar a possibilidade de paralisações, instalação de estado de greve ou mesmo interrupção das atividades. No Rio de Janeiro e em São Paulo só a luta coletiva mudou a cruel realidade que querem nos impor”, explica o presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita.
